
Acreditamos durante anos que fechar a tampa da sanita antes de dar a descarga era essencial para manter a higiene da nossa casa de banho. Mas será realmente esta a barreira eficaz contra vírus e bactérias, ou só estamos a seguir um hábito que já não faz sentido? Novas descobertas científicas mostram que a verdadeira solução pode estar noutro lado — e o resultado pode surpreender qualquer um que queira mesmo proteger a saúde da família.
O papel da tampa da sanita no dia a dia
Utilizamos a tampa da sanita por várias razões: por estética, por conforto ou para manter o espaço com melhor aspeto. Há quem defenda que fechar a tampa é sinónimo de evitar a propagação de germes após a descarga, mas os dados atuais desafiam esta ideia.
O que revela a ciência sobre o fecho da tampa

A pesquisa mais recente demonstra que fechar a tampa da sanita antes da descarga não previne a dispersão de partículas virais pelas superfícies da casa de banho. Aliás, fechar a tampa pode até alterar a direção do aerossol libertado, o que resulta numa maior contaminação do chão à frente e à esquerda da sanita. Mesmo com a tampa fechada, as microgotículas contendo vírus e bactérias continuam a depositar-se noutras zonas do espaço.
Como as partículas se espalham após a descarga
Depois de cada descarga, há uma libertação de centenas de milhares de gotículas invisíveis que podem conter agentes infecciosos. Estas partículas assentam em todos os tipos de superfícies, desde a própria sanita ao lavatório, porta-escovas de dentes e toalheiros, mesmo que a tampa esteja fechada.
A única forma eficaz de reduzir a contaminação viral é a desinfeção regular da sanita, da água da sanita e das superfícies circundantes.
Limitar o mau cheiro e visitantes indesejados
Sempre que fechamos a tampa, existe sim uma vantagem: ajudamos a limitar o mau cheiro, sobretudo em casas de banho pequenas. Outro benefício prático é proteger o interior da sanita de entrada de insetos ou pequenas criaturas pelo cano, algo raro mas possível, o que nos oferece uma pequena segurança adicional.
Os hábitos certos para uma casa de banho mais saudável
- Desinfetar regularmente toda a zona da sanita, lavatório e superfícies envolventes, sem esquecer o botão de descarga;
- Lavar bem as mãos sempre após utilizar a sanita para evitar transferências de germes;
- Guardar escovas de dentes e toalhas longe do alcance das microgotículas, idealmente dentro de armários ou caixas fechadas;
- Adicionar desinfetante à água da sanita antes da descarga (ou usar dispensadores automáticos no tanque) para diminuir o risco de contaminação por pluma de aerossol.
Diferentes estratégias na redução das bactérias após descarga
Medida adotada | Contaminação viral |
---|---|
Tampa aberta | Alta |
Tampa fechada | Alta |
Desinfeção regular | Baixa |
O mais impressionante é saber que a desinfeção com desinfetante e escova de sanita pode eliminar mais de 99,99% dos vírus da sanita e cerca de 97,64% dos que ficam na escova — é realmente esta a medida que faz diferença no combate às infeções!
Partilho, abertamente, que no meu dia a dia fecho a tampa sobretudo por questões de conforto e odor, mas ao longo do tempo ficou claro que desinfetar as superfícies com frequência é, sem dúvida, o fator decisivo para garantir um ambiente limpo. Tenho sempre particular atenção em manter escovas e toalhas bem protegidas, pois são objetos íntimos que não podemos descurar.
O peso dos nossos hábitos de higiene quotidiana
No final, percebemos que manter uma casa de banho verdadeiramente segura e saudável depende das nossas rotinas de limpeza e desinfeção. Fechar a tampa pode ser útil em certos casos, mas se ignorarmos o essencial — desinfetar e lavar as mãos — estamos a iludir-nos quanto ao controlo de germes. Fazer estes gestos regularmente pode mesmo reduzir a transmissão de germes em até 90%. Assim, conseguimos que todos se sintam melhor e mais seguros neste espaço tão importante da casa.
Comentários